A stalker…

A stalker…

Desde aquela noite de luar em que me deixei enfeitiçar, não consegui esquecer o apelo sexual que o vizinho despertava em mim e, sem aviso, a inconveniência da descoberta de um prazer que me despertava adensava-se a cada avistamento. Se fazer stalking com o olhar fosse crime, eu já arriscava uma condenação a prisão perpétua, pelo menos. Com a agravante de que já teria passado uma ou duas vezes pelo perfil do Facebook e do Instagram…vá umas 20, pronto…

As noites iam passando e, por mais bom sexo que Pedro me proporcionasse, o meu pensamento continuava a refugiar-se na imagem viril do jovem vizinho. A carência começava a bater, não se podia dizer que era uma obsessão, porque não tinha nada de doentia ou prejudicial. Era desejo puro, ardente e curiosidade descontrolada por um Deus Grego que morava ali ao lado. Um verdadeiro pecado que comandava os sonhos de uma mulher com as fantasias gastas por uma casamente de meia dúzia de anos, com muitas rotinas e pouca pimenta.

Certa noite, enquanto o Pedro já dormia no andar de cima e já angustiada com a necessidade de explodir aquele fogo que ardia em mim lentamente, libertei o meu pensamento para exibir as imagens do meu vizinho e deixei que o meu corpo deslizasse suavemente no sofá. Abri as minhas pernas, tocando-me lentamente até a minha vagina estar completamente melada com os meus toques. Imaginei como seria o toque do meu misterioso vizinho e continuei a brincar com os dedos, espalhando aquela lubrificação e agilizando o toque até que o desespero por algo mais se fez presente e me obrigou a penetrar-me com os dedos, provocando uma sensação de prazer instantâneo que estava longe de ser o suficiente para me saciar. A sensação desesperante por mais instalava-se à medida que o clímax de tesão se tornava mais exigente e os meus dedos se contorciam rapidamente, estimulando o clítoris, até me guiarem ao orgasmo que anulava as minhas reais fantasias.

O som de um carro despertou-me da minha inebriante luxúria. Levantei-me do sofá e aproximei-me da janela. Era ele, mais sexy e irresistível do que nunca. Enquanto ele caminhava em direção a casa, levantou a cabeça e olhou na minha direção. Instintivamente, recuei, deixando cair o cortinado, enquanto eu gelei dos pés à cabeça. Tinha sido apanhada! Upsss!

– E agora? Perguntei a mim própria.

– Será que ele percebeu que o espiava?

Que parvoíce. Ali estava eu, tal qual uma adolescente a fantasiar com o capitão da equipa de futebol do colégio. -És patética Gabriela! Pensei… – Vou, mas é deitar-me e deixar-me de merdas, porque amanhã será outro dia.

(Continua…)

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